Projeto de estudantes de Psicologia e Educação Física da Faculdade Social investe na dança como terapia
Texto e Fotos: Luiza Peres
Não é novidade que dançar, mexer o
corpo ou “balançar o esqueleto” faz qualquer um sentir-se melhor. Além de ser
um exercício físico que promove a saúde, a dança está diretamente ligada à
nossa mente, fazendo bem, literalmente, da cabeça aos pés. Por conta dos
benefícios da dança, alunos de Psicologia e Educação Física da Faculdade Social
da Bahia, juntamente com a colaboração de professores e coordenadores dos
respectivos cursos, idealizaram o projeto “Dança, Arte e Psicologia: Oficinas
Experimentais”.
O evento, que acontece desde abril e
tem sua última edição amanhã (dia 15 de junho), foi realizado todas as segundas
e quartas-feira, das 10h às 12h, na sala 205 do prédio de Saúde da faculdade.
As aulas das oficinas, desenvolvidas pelas próprias alunas do curso de
Psicologia, na sala de dança da faculdade, promove uma mistura de cada
modalidade artística com exercícios que visam à consciência corporal. O projeto
é aberto à comunidade externa e, para os estudantes da própria instituição, há
certificação de 20h para cada oficina, desde que tenha sido cumprida a
frequência mínima de 75% das aulas.
Esse projeto de extensão começou
quando as estudantes Isabel Almeida,
Eliene Silva, Iara Tatiana e Josedilma Guimarães descobriram uma paixão em
comum: a dança. A bagagem das meninas contribuiu para as oficinas: Isabel é
licenciada em Educação Física pela UFBA; Josedilma é habilitada como dançarina
profissional pelo SESC; e Eliene e Iara são bailarinas praticantes de ballet
clássico e dança do ventre, respectivamente. A ideia surgiu logo no começo do
curso, primeiro como uma estratégia de integração das colegas de turma, e, só
depois de muita pesquisa, tornou-se o projeto atual. “Quando chegamos na
faculdade e nos deparamos com uma sala de dança maravilhosa, sendo pouco
utilizada, a gente logo pensou: “vamos
chamar a galera?!” ”, conta Isabel.
Teoria
e prática em nome do bem estar
Estudantes do curso de psicologia, as
monitoras das oficinas, ao entrarem em contato com a teoria da psicologia
corporal, viram uma oportunidade de juntar teoria com prática, psicologia com a
dança. A psicologia corporal, segundo os psicólogos criadores desse tema e
fundadores do Centro Reichiano, José Henrique Volpi e Sandra Volpi, é uma
ciência que estuda o ser humano no aspecto em que o corpo, a mente e a energia
são indivisíveis e devem ser trabalhados como um conjunto. A ramificação
escolhida pelas alunas dentro dessa psicologia foi a bioenergética, uma técnica
corporal desenvolvida pelo psicanalista estadunidense Alexander Lowen, que
consiste , basicamente, em diversos exercícios que estimulam a expressão dos
sentimentos e liberação das emoções que, muitas vezes, as pessoas reprimem e,
por conta disso, desenvolvem tensões na musculatura, demandando uma quantidade
enorme de energia do sistema vital.
As oficinas experimentais contam com
quatro modalidades, sendo ministradas por cada uma das idealizadoras. Além da
prática das modalidades propriamente ditas, a aula é dividida em 3 momentos: a
prática dos exercícios da bioenergética em busca da consciência corporal;
depois, a dança em si; e para finalizar, alongamento e relaxamento. Isabel é
responsável pela oficina de Preparação Corporal . Ao lado do estudante de
Educação Física, Eric Araújo, ela trabalha com
flexibilidade, ritmo e força. Outra aula que também conta com a
colaboração de um aluno de Educação Física, é a de Ritmos Orientais, Frederico
Jesus em parceria com Iara, explora os elementos da cultura árabe, como dança
do ventre e outras que são executadas, geralmente, por homens. Josedilma ensina
o Ritmo Afro, juntando a cultura da música e da dança africanas. E, por fim,
Eliene trabalha com o ballet clássico.
A professora e socióloga Monica
Coutinho, também colaboradora do projeto, explica que todo mundo pôde
participar, não importando idade, gênero, religião, experiência com a dança ou
limitação física. Ela ficou bastante
empolgada com o feedback recebido dos
participantes: “A assiduidade é um
indicador positivo, na nossa avaliação, minha e dos monitores, de que as
atividades estão, sim, trazendo benefícios a eles. Toda semana chegam no maior
entusiasmo e, ao término de cada oficina, são só elogios”, revela.
Integração e mais ânimo
Frequentador constante das aulas, o
“tímido” aluno do 5º semestre de Educação Física, Renan Rocha, provou que a timidez não vem à tona quando
está centrado na coreografia de dança oriental e expressa a satisfação com as oficinas: “É bem
legal, não só a experiência com a dança, como também a integração e troca de
energia entre os envolvidos”. Já a estudante de Psicologia, Naydjas Santos,
enfatiza como o projeto vem interferindo em seu cotidiano: “Pude me ver mais
disposta, com mais ânimo. Parece que, com os exercícios , a gente canaliza mais
as energias e como sou um pouco hiperativa, não consigo ficar sentada por muito
tempo, essa prática vem me ajudando até a conseguir sentar e escrever uma tese,
por exemplo”.
A estudante que está à frente do
projeto, Isabel, fala da dicotomia entre mente e corpo e da necessidade de
quebra desse paradigma, considerando os dois como uma coisa só. Ela afirma que,
através dessa interação entre educação física,
psicologia e fisioterapia,
pode-se encontrar o segredo para atingir o ápice do bem-estar. E uma vez
encontrado esse bem estar, tudo na vida dança, conforme essa música!
Luiza não temos como agradecer por essa linda matéria sobre esse Projeto de Extensão da FSBA que desenvolvemos com tanta seriedade e entusiasmo!E vc captou super bem a mensagem que temos tentado passar nas oficinas, mostrando o poder da dança na vida dos preticentes.
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